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quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Sergipe não abre mão de usina nuclear

Tendência e Mercado

Em junho de 2007, foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a proposta de construir oito centrais nucleares, sendo duas no Nordeste. O estado mais cotado da região a receber o investimento, de até então 3 bilhões de reais, era Sergipe.

Passado os anos, as incertezas do projeto nuclear brasileiro se mostraram presentes.

Em setembro de 2008, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, declarou que o governo brasileiro pretendia construir uma usina nuclear por ano, pelos próximos 50 anos. O panorama atual não promete tantas usinas, mas a elevação do investimento projetado por unidade atraiu todos os estados nordestinos.

Hoje, o projeto prevê o funcionamento de apenas quatro usinas em todo o país, que gerariam 1,4 mil MW, inferior ao projetado de Angra 3. Além da finalização da própria Angra 3, no Rio de Janeiro, projeta-se mais uma no litoral sudeste, uma ainda a se discutir e outra em um dos nove estados do nordeste.

Apesar da redução de unidades, o valor unitário inflacionou. Ao invés dos 3 bilhões iniciais, hoje cada uma deve receber investimentos na ordem de 13 bilhões de reais

Esse grande valor monetário foi o que atraiu a atenção dos governos do nordeste, que entraram na disputa com Sergipe e desde então fazem lobby com o governo nacional, para receberem a usina – e o investimento que ela trás.

Além dos já ditos 13 bilhões, a projeção é de geração de 8 mil empregos diretos e indiretos, além da atração de investimentos paralelos à usina mais novas legislações que beneficiariam o estado que tiver a usina, a exemplo dos royalties. Motivo pelo qual Alagoas entrou na disputa com Sergipe. Logo depois veio Pernambuco, Bahia e os demais estados – todo os nove.

A razão de se construir uma usina no nordeste é explicada pelas limitações do Rio São Francisco, que não suporta mais a construção de barragens, além do crescimento da região, que exige investimentos em geração de energia.

O funcionamento da usina acontece quando a água de uma caldeira ferve e se transforma em vapor, movimentando uma turbina, que dá partida a um gerador e produz eletricidade, reação conhecida como fissão nuclear.

Essa fonte de energia não emite dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, causadores do efeito estufa e nem dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, responsáveis pela chuva ácida, não liberando ainda, mercúrio e chumbo, ao contrário do que acontece com os combustíveis fósseis, resultando em uma energia “limpa”.

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