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terça-feira, setembro 01, 2009

Com a palavra, os estudantes de Jornalismo - Parte 1

Por Maxwell dos Santos

"Liberdade sem socialismo é privilégio, injustiça; socialismo sem liberdade é escravidão e brutalidade." (Mikhail Alexandrovich Bakunin)
"Aqueles que negam liberdade aos outros não a merecem para si mesmos." (Abraham Lincoln)

Dias atrás, estava lendo o No Entanto n° 37, jornal experimental dos alunos do 3° período de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal do Espírito Santo e na primeira página havia a seção "Duelo", assinada pelos estudantes Vinícius Altoé e Bruno Almeida, que naquela edição tratava da obrigatoriedade do diploma de jornalista e os duelistas apresentaram seus argumentos em textos livres.

Contudo, foi acertada a decisão do jornal de colocar a posição de dois estudantes de Jornalismo, Cristiana Euclydes e Victorhugo Passabon, parte interessada e que mais sofrerá os impactos da queda do diploma. Cristiana é contra o diploma. Victorhugo, a favor dele.

Começarei pela posição contrária, representada por Cristiana Euclydes. Ela levantou em sua argumentação três questões que me pareceram muito importantes, às quais farei meus comentários:

1. A situação dos jornalistas diplomados perante a decisão do STF
"Existe a preocupação constante de que a não obrigatoriedade do diploma resultaria numa desvalorização do jornalista e na perda de seu mercado de trabalho. Acredito que isso não vai acontecer, pois o jornalista continua tendo um diferencial, um período de estudo a mais do que os não-jornalistas e continua tendo seu lugar por isso."

"A reação da mídia diante da nova lei foi de revolta, de ridicularizaçã o da profissão.Nossos pais ficaram preocupados com o nosso futuro. Sim, pais, nós continuaremos ganhando pouco! Mas não perderemos nosso lugar."

Incompetência e peleguismo

Posso resumir as afirmações de Cristiana numa frase do jornalista Reinaldo Azevedo, blogueiro do site da revista Veja: "Os jornalistas de fato não dão bola para diploma. E quem dá bola não é jornalista de fato..." Ou seja, o jornalista que é bom sempre terá espaço no mercado de trabalho e não tem medo da competição, já que o exercício do jornalismo é livre.

Só têm medo aqueles jornalistas medíocres e incompetentes, que usufruem de um diploma de bacharel em Comunicação Social – Jornalismo, mas nunca conseguirão fazer uma matéria que seja digna de elogios do editor-chefe ou de ganhar um prêmio de jornalismo.

Os veículos continuarão recrutando os profissionais nas faculdades de Jornalismo, que com a queda do diploma terão de melhorar – e muito – a qualidade de seus cursos, terão que agora provar que os cursos que ofertam fornecem as competências e habilidades necessárias para que seus alunos possam estar preparados para enfrentar o mercado de trabalho.

Sinceramente, a questão da obrigatoriedade do diploma foi um álibi que a Fenaj encontrou para acobertar sua incompetência e falta de pulso para com o patronato jornalístico nas negociações salariais e depois dizem que com a queda do diploma os salários serão achatados, seu peleguismo com jornalistas- patrões comandando empresas de assessoria de comunicação fazendo parte da diretoria dos sindicatos (no sindicato do ES isso ocorre), estima-se que boa parte dos filiados à Fenaj trabalhe com assessoria de imprensa.

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