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sexta-feira, agosto 27, 2010

“Não gosto de ver o sertanejo mendigar”

Jeferson Andrade/Entrevista



A decisão tomada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado estadual Ulices Andrade (PDT), de integrar o Tribunal de Contas como conselheiro, abriu espaço para um sucessor na própria família. O grupo que apóia Ulices Andrade apontou para a direção de Jeferson Andrade na hora de escolher o nome que herdará o espólio eleitoral do presidente da Alese. O jovem de 29 anos que está concluindo o curso de Administração de Empresas planeja lançar seu nome na convenção partidária com um elenco de projetos voltados para o sertão, região onde tem atuação política e onde mora. “Sou um homem do interior. Estudo na capital, mas sempre vivi em Nossa Senhora de Lourdes”, explica Jeferson, que destaca as ações do governador Marcelo Déda em favor do sertão sergipano. Ele acredita que pode contribuir para melhorar ainda mais a região. “O sertão e o agreste de Sergipe precisam de programas que estimulem o surgimento de emprego e renda. Não gosto de ver o sertanejo mendigar”.

- Você se tornou um dos mais fortes candidatos do PDT a uma vaga na Assembleia. Como surgiu esse projeto político?
JEFERSON ANDRADE - Na verdade, eu convivo há alguns anos com a política, mesmo sem mandato. Acompanho meu pai (Ulices Andrade) e seu grupo em todas as atividades, especialmente no interior. Com a decisão dele em ingressar no Tribunal de Contas, surgiu a oportunidade. O grupo passou a sondar meu nome para uma vaga na Assembleia Legislativa. Foi uma decisão natural, eu já esperava.

– Quando veio o convite, tomou um susto? Você é um jovem que ainda não foi 'batizado' com outros cargos...
JA – Não, não me assustei com a proposta porque já esperava por esse convite. A política, como eu disse, não é novidade para mim. Sempre acompanhei meu pai e tenho fortes relações com o sertão. Moro em Nossa Senhora de Lourdes. Ando muito na capital, onde tenho amigos, onde concluo o curso superior de Administração de Empresas, mas sempre dei preferência pelo interior.

– O fato de vir de uma família repleta de políticos facilita o seu projeto?
JA – De fato, facilita. Sempre tive influência de políticos importantes, como meu avô e a minha avó, que foram prefeitos de Nossa Senhora de Lourdes. A política sempre me interessou, está no sangue da família. Por exemplo, meu tio Orlando (pai do prefeito de Canindé do São Francisco, Orlando Andrade, o Orlandinho), que foi prefeito de Nossa Senhora de Lourdes e vice-prefeito de Canindé. Tem ainda meu tio Reginaldo, prefeito de Canhoba, outro nome que me influenciou a tomar essa decisão. Muitos membros da família estão na política, tios e primos que foram candidatos a prefeito e a vereador. A minha família sempre teve a vocação para a política. E por fim, meu pai, para mim, um exemplo de político decente, de homem correto.

– O fato de seu pai ter sido eleito deputado cinco vezes consecutivas o torna confiante nessa disputa?
JA – Sim. A maior influência, o maior estímulo, vem dele, um político vitorioso. Sem o apoio de Ulices Andrade e do grupo dele eu jamais tentaria uma vaga na Assembleia. Minha candidatura e meu projeto político só se tornaram possíveis com o apoio do meu pai. Ele é um político muito respeitado em Sergipe, goza de grande prestígio no interior.

– É um nome que abre portas...
JA – Exato. Não tenho problema em afirmar que se trata de um político que o povo respeita e que não engana ninguém. É o exemplo que sigo.

– Tem receio de receber críticas por causa da sucessão familiar?
JA – Não, de forma alguma. Ele vai para o Tribunal de Contas e o meu nome foi cogitado. Foi uma decisão natural. O grupo não pensou em outro nome. Sucedê-lo é uma coisa natural.

– Sua base eleitoral é o sertão. Como pretende ajudar essa região com seu mandato?
JA – O sertão precisa de infra-estrutura. Muita coisa está sendo feita por aqui no governo Marcelo Déda, mas a região tem problemas históricos, que nunca foram atacados. Veja, por exemplo, o problema da segurança. Precisa de mais investimentos do que já foram feitos. O sertanejo precisa de uma política permanente de geração de empregos. Não gosto de ver o sertanejo mendigar. O governo implantou a 'Rota do Sertão', obra fundamental para a economia do lugar, mas precisamos de programas que ajudem o sertanejo a garantir seu sustento sem assistencialismo. O governo Marcelo Déda atende a pleitos bem antigos, mas ainda há muito o que fazer e espero ajudar o governador no seu segundo mandato.

– O governo Déda o agrada? Como você avalia a gestão do petista?
JA – Agrada sim, e agrada aos sertanejos. Déda mudou a cara da política. Seu governo trouxe investimentos importantes nas polícias Civil e Militar, com o ajuste salarial. Garantiu a conquista do piso aos professores. As obras de Déda são importantes, como a construção de pontes em regiões esquecidas por governos anteriores, como a construção de clínicas da Saúde. Mas Sergipe precisa de mais obras de infra-estrutura, precisa de mais quatro anos desse governo para que possamos ver grandes projetos em execução.

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