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quarta-feira, janeiro 20, 2010

Gilmar Carvalho escreve sobre Conselho Político, formação das chapas majoritária e proporcionais, desconfiança e traição

Gilmar Carvalho

O que se expõe aqui, neste artigo, são verdades e análise da necessidade de ampliação e consolidação do grupo que venceu as eleições de 2006.

O governador Marcelo Déda (PT) reuniu, terça-feira, 19, o Conselho Político, e avançou na decisão de começar a conversar sobre a formação da chapa majoritária, mais precisamente sobre quem deixará de disputar o Senado para ser candidato a vice-governador, abrindo, assim, espaço para consolidar a participação dos Amorim no grupo.

Ficou acertado que o governador chamará um a um, para conversas individuais. Nesses encontros, Déda ouvirá e identificará possíveis conflitos e tentará, consensualmente, montar a chapa.

Se não conseguir, na base do acordo, tomará a decisão sozinho.

Sua decisão, aliás, é clara: colocar o deputado federal Eduardo Amorim (PSC) na chapa como candidato ao Senado. A não ser que os Amorim saiam da decisão de participar da chapa para o que possa ser interpretado como imposição.

Ou seja, se o senador Antônio Carlos Valadares (PSB), o deputado federal Jackson Barreto (PMDB) e os Amorim dialogarem, sem imposições, mesmo que não cheguem a um acordo, o grupo formalizará a chapa, por decisão do governador.

Para que isso aconteça, também será preciso segurar a língua de aliados!

Formada a chapa majoritária, será discutida a formação da chapa, ou melhor, das chapas proporcionais.

Uma coisa é certa: pela primeira vez na história das eleições em Sergipe, um grupo não abrirá mão das chapas que montou antecipadamente. Os Amorim desenharam um quadro que contempla os que, teoricamente, têm mais, mais ou menos e menos votos. Eles não negociarão o redesenho desse quadro. Isso, em hipótese alguma! E com razão. Se outros não fizeram o mesmo, ou coisa melhor, não são os Amorim e seus aliados que vão pagar a conta.

Ou seja, os Amorim preferem continuar com Déda, apoiar seu projeto de reeleição, mas não abrem mão da candidatura ao Senado de Eduardo e da confirmação, nas convenções, das chapas proporcionais previamente montadas.

Para lograrem êxito, não precisarão brigar, apenas ouvir, expor o quadro e tentar convencer. Nada mais.

Voltando à formação da chapa majoritária, causa desconforto, desconfiança, embora alguns, ou todos, prefiram, pelo menos por enquanto, não falar (se é ainda que não falaram), as andanças do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) na busca de uma composição branca que viabilize seu apoio a uma provável candidatura ao Senado do deputado federal Albano Franco (PSDB).

Ir ao apartamento de Albano e discutir com empresários uma forma de apoiá-lo, mesmo que ele esteja no palanque comandado pelo ex-governador João Alves Filho (DEM), é, no mínimo, estranho.

Por outro lado, fora do Conselho Político, há quem tente cada vez mais se aproximar do grupo, com doação pública de esforços, mas que, ao mesmo tempo, intramuros, aposte na cassação do mandato do governador, em processo ainda a ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

(*) Formando em Direito pela UNIT, pós-graduando em Direito Tributário pelo Jus Podivm-BA, radialista e jornalista.

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