Diógenes Brayner

Vive-se uma campanha política. Todo cuidado é pouco para não atingir candidatos. Seja de um lado ou do outro. Qualquer cidadão analisa fatos novos que acontecem no dia-a-dia da campanha, principalmente quando se trata de caso de polícia. A tentativa de extorsão sofrida pelo deputado estadual Rogério Carvalho (PT), candidato a deputado federal, é grave e deve levar às grades que o praticou. Não é um golpe que possa ser engavetado. Tratou-se de um ato grave, praticado por pessoas envolvidas no processo eleitoral e que precisa de um resultado rápido, até para dar tempo à punição – se houver comprovação – de quem pretenda um mandato legislativo. As explicações da Polícia não foram tão fortes, a ponto de incriminar algum parlamentar, mas foi suficiente para tornar vítima dois deles. Um de forma passiva e outro de ação ativa.

O ex-secretário da Saúde Rogério Carvalho seria a vítima passiva de um golpe de extorsão se, na realidade, estivesse com receio de ter cometido falhas e mantivesse medicamentos com datas vencidas. E, da forma alarmante como foi divulgado o caso, o deputado Augusto Bezerra (DEM), candidato à reeleição, se transformou na vítima ativa, em razão do envolvimento de supostos assessores seus em um caso que poderia lhe custar até o mandato. Nesse momento é preciso cuidado. Até mesmo quando se imagina que está dando o tiro certo e se atinge o alvo errado. Algumas coincidências naturais que – por ironia – servem para revelar o contraditório: Augusto sempre foi o mais contundente crítico da Rogério, quando secretário da Saúde. Pode-se dizer até que se excedeu na forma de se expressar diante de um auxiliar do Governo que posteriormente seria colega de plenário. É verdade que levou ao Ministério Público, com dados fotográficos, essa questão dos remédios com validade vencida, que se mantinham no almoxarifado da Secretaria da Saúde. Então, seria de uma imensa estupidez, alguns dias depois utilizar o expediente de extorquir exatamente o seu adversário a quem direcionou críticas sobre o objeto da chantagem. Teria que ser levado ao hospício em camisa de força urgente, se cometesse loucura do tipo. Provavelmente houve precipitação na divulgação da matéria, como se os marginais fossem assessores do parlamentar.

Até mesmo se fosse verdadeira a atividade de um dos envolvidos na extorsão, deveria ser cautelosa a afirmação, para que se evitasse problema.

A análise não é uma defesa de ninguém. Declaro aqui publicamente que não sou eleitor do deputado Augusto Bezerra e sequer acho correta a forma como radicaliza as críticas que faz aos adversários. Para mim não altera o quadro se Bezerra continuar ou interromper o seu mandato parlamentar, mas numa campanha política, erros de avaliação, principalmente quando se trata de uma ação policial que envolve chantagem, o surgimento do nome de qualquer candidato, como elemento ativo de um crime, pode lhe custar um mandato, ou acabar de vez com a sua vida pública. Se isso tiver de acontecer, que seja por repulsa da sociedade, em condições reais de derrotá-lo nas urnas. Jamais por ação ou artifícios que possam influenciar na decisão do eleitorado, que já vive com uma pulga atrás da orelha em relação aos políticos.

Rogério é vítima de toda a maledicência de pessoas que imaginaram fácil amedrontá-lo com fotografias que, para ele, em nada atingia a sua corrida rumo à Câmara Federal. Não resta dúvida que a tentativa de extorsão mereceu o tratamento exposto pela Polícia, dentro de um criterioso processo de captação de provas que não deixasse brecha à impunidade. O que se cobra agora é o esclarecimento total do fato. Se realmente o deputado é culpado, que se diga abertamente. Se não for, terá que declarar isso publicamente, de forma ampla, para que não se cometa uma inversão moral.

ROGÉRIO

O deputado Rogério Carvalho (PT), ex-secretário da Saúde, suportou a tentativa de extorsão por quase 30 dias, para ajudar na ação da polícia.

Nesse período fizeram gravações e se armou o flagrante para prisão.

ALIANÇA

PCdoB e PSB farão dobradinha em Aracaju e vão apoiar Tânia Soares para deputada estadual e a reeleição de Valadares Filho para Federal.

Não se trata de uma composição eleitoral, mas política, disse Tânia.

EDVALDO

O prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) garantiu que vai trabalhar para os dois, mais do que trabalhou em sua campanha para a Prefeitura.

“Em Aracaju será Valadares Filho e Tânia para todos os lados”, disse.

CÁLCULO MAL

Edvaldo calculou mal a multiplicação: “1 voto meu, vezes 1 voto de Tânia, vezes 1 voto de Valadares, vezes 1 voto de todos que estão aqui chegaremos lá”.

Assim é difícil, porque 1x1x1x1= 1. Seria melhor somar...

VERANEIO

O governador Marcelo Déda (PT) recebeu ontem, no Palácio de Veraneio, vários prefeitos e lideranças do interior. Almoçou por volta das 16 horas.

Tem conversado com cada um deles. Hoje já tem outros agendados...

DUTRA

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, conversou por telefone com um dos seus aliados em Aracaju e avisou: “estou com todo gás”.

Dutra já se recuperou de um pico de pressão que teve em Brasília.

INTERIOR

Segundo uma liderança importante do Estado, ainda não há um grande movimento eleitoral no interior para candidatos ao Governo.

“O pessoal quer retardar o máximo os gastos de campanha”, disse.

CACHO

Emanuel Cacho, candidato ao Senado pelo PPS, na chapa liderada por João Alves Filho (DEM) a governador do Estado, está em São Paulo analisando material de campanha.

Participou ontem de ato de campanha de Geraldo Alckmin.

JOÃO ALVES

O candidato a governador pelo DEM, João Alves Filho, está em São Paulo e só retorna amanhã. Trata da coordenação da campanha de Serra em Sergipe.

Em Aracaju o comitê central ficará na avenida Francisco Porto...

JOSÉ ALENCAR

O deputado federal Albano Franco (PSDB) visitou o vice-presidente José Alencar (PR) no Sírio Libanês, ontem, em São Paulo. Bem, Alencar disse para Albano: “hoje não tem ninguém em UTI no Brasil mais são do que eu”.

No hospital, Alencar incluiu dois ovos em seu cardápio.

REUNIÃO

Albano Franco participou da reunião de presidentes regionais do PSDB com membros da campanha e o presidente nacional, senador Sérgio Guerra (PE).

E falou da situação de Sergipe, admitindo que hoje não há problema.

TOMAZ NÔNÔ

Albano foi informado que o ex-deputado Tomaz Nônô (DEM-AL) coordenaria a campanha de Serra em Alagoas e Sergipe: “não há problema”, disse o deputado sergipano.

“O projeto maior é eleger Serra presidente”, considerou.

VALADARES

O senador Valadares (PSB) diz que confia no povo e no seu discernimento. “O que me falta em recursos financeiros, procurarei suprir e compensar com o meu trabalho”.

Essa é uma disputa política que carece de garra para vencê-la.

JACKSON

O deputado federal Jackson Barreto deixou de ir a Brasília hoje, para participar de reunião com a presidenciável Dilma Rousseff (PT).

Resolveu ficar para inauguração do comitê de campanha.

CAPITÃO

O capitão Samuel está disputando o mandato de deputado estadual pelo PSL, coligado com o PTC. Acha que a pequena coligação elege dois.

Samuel diz que tem o apoio das associações de militares da PM.