Há um início de crise no relacionamento dos dois principais partidos da oposição no País. A indicação do senador tucano Álvaro Dias (PR), para compor a chapa majoritária do presidenciável José Serra, desencadeou uma série de reações do DEM, com ameaças até de rompimento com o PSDB. Através do seu Twitter, o vice-presidente do Democratas, deputado federal Ronaldo Caiado, foi quem fez a primeira ameaça de rompimento da aliança nacional em torno da candidatura de Serra. Foi duro: “com um aliado desse, o DEM não precisa de inimigo. Vou defender dentro da executiva o fim da aliança com o PSDB”, disse Caiado, com endosso de vários dos seus seguidores. Reclamou da falta de comunicação dos tucanos e disse que seu partido ficou sabendo de tudo pela imprensa. Ainda no Twitter, alfinetou: “Se na campanha nos tratam assim, imaginem se o PSDB ganhar a eleição?”. O DEM já havia avisado que só aceita abrir mão da indicação, se o vice da chapa for Aécio Neves.
Alguma razão está fazendo a oposição seguir um caminho que não parece o mais correto. E isso anima integrantes da organização de campanha da ex-ministra Dilma Rousseff (PT), como foi o caso do presidente petista, José Eduardo Dutra, que demonstrou contentamento com a turbulência que atinge o vôo tucano, esnobando que está em “céu de brigadeiro”. Sexta-feira, no final da tarde, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, acompanhado do presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, aterrissou em seu jatinho no aeroporto de Aracaju. Seguiram direto para o apartamento do deputado federal tucano Albano Franco, para uma reunião que tentava solucionar problemas surgidos em Sergipe, com a desistência do PSDB em integrar a aliança com o DEM. Não tiveram muito tempo para conversas. Primeiro porque Guerra e Maia sequer tinham almoçado. O fizeram entre uma reunião tumultuada por telefonemas de todo o Brasil, querendo informações sobre a indicação de Álvaro Dias para vice de Serra.
Políticos, jornalistas, presidentes de partidos – entre eles, Roberto Jefferson, do PTB – entraram em contato com Guerra para tratar da formação da chapa do candidato José Serra, o que praticamente impediu um aprofundamento da conversa que deveria ser mais longa, em Aracaju. Em menos de duas horas a aeronave levantou vôo rumo a Brasília, para intensas reuniões, com o objetivo de retomar o entendimento e evitar que o incêndio se alastre. Por toda essa semana que está se iniciando, o assunto será tratado como prioritário, porque há irritação entre os democratas de maior quilate e influência para o êxito da candidatura de Serra como candidato a presidente.
Em Sergipe o cenário montado com a decisão de Albano Franco em lançar candidatura independente se mantém inalterado. Há apenas o posicionamento, mas nada ainda oficializado. E isso faz com que alguns candidatos do DEM ainda imaginem que essa crise seja resolvida, porque consideram bom para as duas candidaturas. Os dois partidos farão coligação quarta-feira, nas cinzas dos festejos juninos. Na data não cabem mais rojões, nem casamentos diante da fogueira. Ser ou não ser, será a questão, que pode ou não ser má ou boa para as duas candidaturas. O melhor é levar em consideração o desgaste do relacionamento entre lideranças e membros comuns dos dois partidos no Estado, o que levou a essa dificuldade de aliança, para a disputa de mandatos majoritários. Há previsão de que a estrutura de oposição pode mudar, porque há um novo grupo se formando e um partido deixando o campo que sempre atuou, mesmo com uma incômoda arritmia, que atingia até tom dos discursos.
Até quarta-feira pode perdurar esse clima de “sim” e “não”. Já na quinta-feira a decisão será tomada e cada um pode seguir o seu caminho, interrompido apenas uma vez – em 1998 – das eleições de 1982 para cá.
BASTIDORES
Nos bastidores da Política, circula informação de que a deputada Goretti Reis (DEM) deixaria de ser candidata à reeleição, para que o grupo votasse em Tânia Soares (PCdoB) a deputada estadual.
Com isso, o PCdoB em peso votaria em Fábio Reis (PMDB) a deputado federal.
DESCONHECE
A deputada Goretti Reis quando consultada sobre o assunto espantou-se: não estou sabendo nada sobre isso e minha candidatura é sólida. Não há conversa nesse sentido.
Acrescentou que nem ela nem o irmão, Jerônimo Reis (DEM), estavam sabendo disso.
ENCHE-SE
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, sentiu-se prestigiado com declarações de Dilma Rousseff a seu respeito, durante visita a Aracaju.
- Confio em Zé, disse Dilma e arrancou o sorriso de vaidade do petista.
MINISTÉRIO
Como era lógico, Dilma Rousseff recusou-se a fazer declarações sobre a indicação de Zé Eduardo – ou qualquer outro – para um Ministério.
Seria contar com o ovo dentro da galinha. Deixa ver se ela se elege...
DÁ AZAR...
Sobre a questão de não antecipar nada sobre Ministério, Dilma alfinetou: “é aquela história de sentar na cadeira do prefeito antes da hora. Isso dá azar”.
O gesto foi praticado por FHC em São Paulo, que perdeu a eleição para Jânio.
ALMEIDA
O senador Almeida Lima (PMDB) é candidato a deputado federal e já começou a trabalhar. Uma de suas exigências para isso era o apoio de Déda e Jackson.
Como ele retornou de Brasília com a decisão, é possível que tenha conseguido.
PREFEITOS
Se os 60 prefeitos que assinaram o documento sugerindo a candidatura de Almeida Lima à reeleição lhe derem 500 votos ele já sai bem.
São 30 mil votos de arrancada. Mas, não é fácil.
NEM TANTO
É bom que os candidatos a deputado federal pela aliança petista não imaginem que farão uma bancada de oito em Brasília.
É quase certo que a situação fará dois candidatos.
DESISTE
O deputado estadual Armando Batalha (PSB) desistiu de disputar a reeleição deste ano. Já comunicou a decisão ao partido.
O ex-vereador Sérgio Góes, ligado ao grupo de Amorim, também desistiu.
FALHA
Por uma falha da Direção do PT em Sergipe, o senador Valadares (PSB) não esteve na recepção a Dilma Rousseff e na convenção do PT, na quinta-feira. Sua ausência foi comentada.
Sexta-feira Déda conversou com Valadares e lamentou o erro.
TELEFONEMAS
Enquanto esteve no apartamento do deputado Albano Franco, os presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, e do DEM, Rodrigo Maia, receberam telefonemas de todo o País.
Democratas não aceitavam o tucano Álvaro Dias para vice de Serra...
HELENO
Heleno Silva (PRB) participou neste sábado, pela manhã, da convenção do seu partido em Brasília. Foi o escolhido para falar em nome do Nordeste...
Candidato a deputado federal, Heleno mostrou os avanços na região.
NILSON
Nilson Lima (PPS), pré-candidato à vice na chapa liderada por João Alves Filho (DEM) percorreu os festejos juninos com candidatos das duas legendas.
João Alves Filho manteve-se ocupado para solucionar a questão do PSDB.
CURIOSO
Uma fonte do twitter aguça minha curiosidade: “e se eu disser que tem vereador do PT que apóia o DEM no interior, você me diz o quê?”
Ao tentar mais informação, a resposta: “procure saber entre suas fontes”.
RÁPIDO
A presença dos presidentes do PSDB, Sérgio Guerra, e do DEM, Rodrigo Maia, sexta-feira, em Aracaju, foi meteórica. Não durou duas horas...
Conversaram rápido com Albano Franco e retornaram a Brasília.
ALIANÇA
Trataram da aliança sobre DEM e PSDB no Estado, mas com as cabeças voltadas para uma crise que se instalava entre os dois partidos a nível nacional.
O DEM não se conformou com a indicação do tucano Álvaro Dia para vice de Serra.
MENDONÇA
O nome do deputado federal Mendonça Prado (DEM) tem sido citado por um grupo que usa o twitter, para ser o candidato ao Senado na composição com o PPS.
Começou quando Albano Franco (PSDB) disse que sairia sozinho.
domingo, junho 27, 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário