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terça-feira, junho 01, 2010

CHAPAS E DEFINIÇÕES

Diógenes Brayner

www.faxaju.com.br

O fato da aliança liderada pelo governador Marcelo Déda (PT) ter fechado o entendimento para composição com o empresário Edvan Amorim (PR), que incluirá o PSC e Cia., na coligação, não quer dizer que está tudo resolvido em definitivo. A palavra está dada e o compromisso selado, mas a política também é a arte do desencontro e dos desencantos. E o percurso que se tem pela frente ainda é longo. Amorim deixou o encontro com o governador Marcelo Déda, quinta-feira passada, com a chapa majoritária montada, incluindo o nome do irmão, deputado federal Eduardo Amorim (PSC), como candidato ao Senado Federal. Um dos fatos que atravancava a decisão era a possibilidade do deputado federal Ulices Andrade (PDT) ser eleito conselheiro do Tribunal de Contas e só tomar posse depois de cumprir todo o mandato, à frente da Presidência da Assembléia Legislativa, lugar que o PSC pretendia para a vice-presidente Angélica Guimarães.
Isso já foi resolvido e a votação em favor de Ulices será tranquila e poderá acontecer dentro de mais uma ou duas semanas. A posse do novo conselheiro será tão rápida quanto à sua eleição para o cargo. No próximo semestre, o legislativo será administrado pelo PSC, já que o deputado André Moura é o primeiro secretário. Queira ou não, é uma força a mais. Apesar de tudo posto em seu lugar, Edvan Amorim não comunicou que fechou a aliança. Até negou. Disse que faltava pouca coisa para o enlace final. Na realidade, não falta nada. O problema é que Edvan – com carta branca para decidir o que quiser em nome do bloco – definiu tudo, mas quer comunicar ao pessoal, em forma de consulta, dentro de 15 dias [no máximo], porque não havia tempo para uma reunião neste momento. Provavelmente, no dia 06 de junho haverá convenção prévia do PT, para escolher Marcelo Déda como o pré-candidato à reeleição e no dia 09 anunciar a formação da chapa, em clima de festa.
A partir de agora o que resta é administrar possíveis contratempos, para evitar algum tipo de tempestade. Está tudo muito calmo, o ambiente é de absoluta tranqüilidade e a composição caminha com passos firmes para fechar a coligação e cair no campo tortuoso da campanha eleitoral, onde, aí sim, se inicia verdadeiramente o jogo de caça aos votos, por mais fechado que estejam os colégios e currais. Há uma barreira que deve ser vencida com a mão firme dos líderes. O bloco mais à esquerda do Partido dos Trabalhadores não vota no PSC – pelo menos é o que se tem visto e ouvido – e isso é uma questão complicada para os dois partidos, porque quem acredita na unidade da aliança, não pode ouvir debates como o ocorrido entre os deputados André Moura (PT) e Ana Lúcia (PSC), na Assembléia Legislativa, terça-feira passada.
Além disso, os candidatos proporcionais que lotam os partidos pequenos liderados pelo PSC estão querendo saber se vão entrar apenas com o voto. Além de deixarem claro que não vão aceitar o chapão, pretendem se dividir em três coligações – dentro da potencialidade eleitoral dos candidatos – para que façam o maior número possível de deputados. E não é só isso: querem carinho. Edvan pode até dizer que em grupo que ele lidera ninguém precisa de carícias. Mas, com praticamente 40 candidatos e 400 mil votos, que também devem ser transferidos para os majoritários, não há como impedir que esse pessoal fique obediente e resistente a um tratamento carinhoso, daqueles que serão agraciados pelos votos que cada um conserva com o seu trabalho de base. O próprio Edvan já disse: com “santinho” dividindo espaço com majoritários, ninguém sobrevive a uma campanha tão dura. E então?
Marcelo Déda conseguiu o que quis. E o fez da forma que previu: sem problemas e sem brigas, com todos os partidos coesos. Falta apenas uma boa conversa com o vice-governador Belivaldo Chagas (PSB), que foi isolado e sequer avisado com antecedência para escolher o seu rumo. É possível que tudo termine bem, porque ter o PSC era o objetivo maior do bloco liderado por Marcelo Déda, que tem a expectativa de continuar por mais quatro anos à frente do Governo.
Lógico que há muito que se ver, mas a composição com os cristãos foi um fato que estava escrito para acontecer.
ALBANO
Quando o deputado federal Albano Franco (PSDB) diz que tem apenas 85% de chances de disputar o Senado Federal, é porque ainda pensa na reeleição.
A uma altura dessa do campeonato, entrando no mês das convenções, ou está 100% candidato, ou é provável que pense em se manter deputado.
PRESSÃO
Albano Franco tem recebido pressão do presidente do PSDB, senador Sergio Guerra (PE), para ser candidato ao Senado Federal.
Do presidenciável José Serra também...
Segundo Albano Franco, a preocupação dos dirigentes nacionais do PSDB é com o número senadores para a próxima legislatura.
DIFICULDADE
O deputado Albano Franco confidenciou que a dificuldade da aliança com DEM, está no número de candidatos à Câmara federal.
Segundo ele, são poucos os que querem disputar e isso acaba por dificultar os acordos, já que os Democratas exigem que ele apresente um número razoável.

INCOMUM-1
Uma eleição de perfil diferente se aproxima: os deputados estaduais da oposição votam em candidatos a federais da situação.
Só Arnaldo Bispo vota em José Carlos Machado...
As lideranças do PSDB não têm candidatos a federal e também votam em nomes de partidos da situação. É um quadro complicado...

INCOMUM-2

Percebe-se que a disputa eleitoral deste ano não tem conotação ideológica e partidária, mas absolutamente pessoal.
Não é a oposição querendo ser situação...
A oposição que derrotar apenas Déda e a situação apenas João, independentemente de qualquer projeto ou programa.

RECADO

O presidente regional do PT, Silvio Santos mandou um recado duro para o PSC, usando o deputado André Moura como intermediário.
Disse que o PT quer o PSC aliado na campanha de Marcelo Déda à reeleição e até repetiu o que disse André Moura, pedindo que “venham por inteiro”.
COBRANÇA
Silvio Santos disse que deseja o PSC por inteiro, mas o PT não está cobrando da direção do PSC que enquadre “a” ou “b”: “queremos o mesmo tratamento em relação ao PT”.
“Ninguém de fora do PT tem autoridade para cobrar enquadramento de filiado do PT”, disse Silvio. Deixa claro que o PSC quer enquadrar militantes petistas...
INCONVENIENTE
Essa posição do presidente regional do partido, Silvio Santos, não é amadurecida. É certo que defenda o partido, mas não pode aprofundar alguma aresta.
É mais conveniente deixar que o governador Marcelo Déda dialogue sobre o assunto, porque ele é quem tem consciência de como conduzir a aliança.
DEFINIÇÃO
Com a definição da chapa majoritária liderada pelo ex-governador Marcelo Déda, se põe um ponto final sobre as especulações sobre alianças com o PSC.
Com isso, é possível que até a próxima semana, também seja anunciada a composição DEM/PSDB, que ainda está em discussão.
ZÉ FRANCO
Até a próxima terça-feira estará definida a candidatura do ex-prefeito de Socorro, José Franco (PDT), a deputado federal.
Zé ainda faz algumas consultas...
José Franco fará a chamada dobradinha com a ex-deputada Tânia Soares (PCdoB), que disputa mandato na Assembléia Legislativa.

ANIMADO

José Franco está animado para entrar na disputa e terá o apoio do prefeito de Socorro, Fabio Henrique. Os dois votariam em José Eduardo Dutra.
Ontem, José Franco conversou com o primo, Albano Franco, durante o almoço das sextas-feiras em seu apartamento. Albano tem compromissos com José Carlos Machado (DEM).
SOCORRO

Na sexta-feira, o camarote do prefeito Fábio Henrique, em Socorro, a política animou

mais que as bandas de forró. Todo mundo dançou ao tom da sucessão.
Políticos acenando, candidatos sorridentes e até o ministro dos Esportes. Orlando Silva, ensaiou alguns passos. Socorro abriu as portas para os festejo juninos.
Notas

VALADARES

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) foi classificado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) como parlamentar em ascensão, que é aquele que vem recebendo missões partidárias, políticas ou institucionais e se desincumbindo bem delas. Valadares foi o único de Sergipe a aparecer na relação.
Estão também nessa categoria os parlamentares que têm buscado abrir canais de interlocução, criando seus próprios espaços e se credenciando para o exercício de lideranças formais ou informais no âmbito do Parlamento.
ESCOLHA

A influência e desenvoltura dos parlamentares no Congresso Nacional deu origem a uma lista divulgada anualmente pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Sexta-feira, a edição 2010 da relação dos 100 Cabeças do Congresso.

Entre os parlamentares listados estão 69 deputados e 31 senadores. O partido com mais nomes circulando na elite do Congresso é o PT, com 22 parlamentares. O PMDB, maior partido do Congresso, com a maior bancada na Câmara e no Senado, está na segunda colocação, com 17 nomes na lista. Em terceiro lugar está o PSDB, com 14 parlamentares na lista dos Cabeças.

ALMEIDA

O senador José Almeida Lima (PMDB) está viajando por cidades do interior e conversando com lideranças políticas sobre sua candidatura à reeleição. Almeida já tem assinatura de mais de 50 prefeitos – de todos os partidos – que garantem apoio a ele, caso tente o Senado pela segunda vez.
Na próxima semana é possível que essa relação esteja com senadores do PMDB, para levar à Direção Nacional, e exigir que a legenda tenha candidatos em Sergipe, como nos demais Estados.

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