Os jovens se queixam da dificuldade de conseguir a primeira chance no mercado de trabalho. Quase sempre se pede experiência, o que reduz a zero suas chances. É de espantar, porém, o despreparo com que muitos pleiteiam um trabalho. O empresariado não é mais tão refratário aos inexperientes, sobretudo a partir dos benefícios do programa Primeiro Emprego.
Contudo, ninguém que pretenda manter seus negócios vai dar vaga a alguém sem nenhuma qualificação. Some-se a isso o despreparo para as relações interpessoais, e temos chances abaixo de zero de ingresso no mercado formal. Basta dizer que ainda são freqüentes entrevistas para empregos em que o candidato se dá ao desplante de atender o celular. Ou comparecer em trajes inadequados. Tampouco é admissível que um jovem não domine as ferramentas básicas da informática.
O Brasil caracteriza-se por uma mobilidade social extraordinária. Quem fez e sempre fará a diferença são justamente os que, a despeito das adversidades, descobrem seus pendores naturais e procuram exercita-los.
A juventude tem que abraçar a qualificação como condição básica. Se você cozinha bem, faça um curso de doces e salgados. Se seu talento é para lidar com números, há bons cursos técnicos em Contabilidade. Cuide da letra, que garranchos dizem mal a seu respeito. Aprenda a digitar com todos os dedos – “catar milho” é retrato de incompetência. Aprenda a se vestir – elegância não é usar roupas caras. Auxiliares descabelados e com unhas maltratadas têm vida curta em qualquer lugar.
Portanto, aprenda sempre, o que estiver a seu alcance. Rompa com a estagnação e procure fazer seu destino. Um de seus aprendizados pode fazer a diferença entre mais um “não” na entrevista e a almejada carteira assinada.
* Laércio Oliveira - Presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental – FEBRAC e Diretor da Confederação Nacional do comércio de Bens, Serviços e Turismo –CNC
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